Engane-me se for capaz.
Isso é algo que venho dizendo para quem me contrata em meus treinamentos.
Eu cansei das mentiras, da falta de ética e transparência de algumas pessoas. Esse foi um dos motivadores de buscar a excelência na neurolinguista, hipnose e neurociência.
O início de meus estudos foram com colegas de trabalho, com isso eu fui percebendo que a maioria estava mentindo, fui me aperfeiçoando cada vez mais. Após alguns anos eu decidi analisar 133 políticos para justamente descobrir o padrão de comunicação de cada um.
Essa experiência me levou para vários caminhos. Um deles foi ser contratado por políticos que tinham dificuldade de se comunicar, de falar em público. E outros contratos vieram para analisar o adversário, a análise comportamental é algo fascinante. Todos os políticos deveriam passar por um treinamento desse.
Vejo na prática um total despreparo. As vezes você perde a eleição por um único deslize. Já vi candidatos perderem a eleição no último debate, por um desequilíbrio emocional. Isso é inaceitável nos dias de hoje.
Alguns colegas me perguntam se eu analiso todos com quem converso. Eu digo para você que sim. É uma forma de exercitar e, com isso eu acabo descobrindo que são as pessoas de verdade.
Todos nós temos um padrão de comunicação e esse padrão se repete, sempre. Eu estudo a linguagem hipnótica desde 2006. Meus mentores na linguagem hipnótica, programação neurolinguística e em micro expressões faciais e emocionais foram Dr. Richard Bandler e Paul Ekman.


Richard Bandler acima, co-desenvolvedor da PNL, também conhecido como Programação Neuro-Lingüística , realiza seminários de PNL, oficinas de PNL e seminários de treinamento de PNL internacionalmente. Ele desenvolve continuamente novas tecnologias de mudança humana.


Paul Ekman acima, é considerado o maior especialista do mundo quando se trata da análise das emoções humanas e expressões faciais. O seu trabalho é referência para muitos especialistas do mundo todo, como citado no livro “Blink” do Malcolm Gladwell. E é devido ao seu sistema de codificação facial (FACS) que hoje é possível ver animações da Pixar no cinema com bonecos tão “reais” no que concerne à expressão de emoções. Existe, inclusive, uma série americana, inspirada na sua carreira, chamada “Lie to Me” (Artigo sobre a Série). Onde Ekman é representado pelo “caricato” Dr. Cal Lightman interpretado por Tim Roth.
O que tenho a dizer para os políticos?
Esteja preparado e contrate um profissional que tenha conhecimento para lhe ensinar as melhores técnicas de persuasão, comunicação e sobre inteligência emocional, você pode ganhar a eleição dominando essas ferramentas.
Sobre a linguagem hipnótica agora!!!
“Se eleito for, eu prometo…”. Anda ouvindo essa com frequência? As eleições estão chegando e a trilha sonora do momento são as promessas dos candidatos. Se levarmos em conta o que os políticos dizem em seus discursos, em um passe de mágica observaremos melhorias na educação, saúde, segurança, transporte público e distribuição de renda.
Mas, após a posse, temos sempre a sensação de que fomos enganados, pois as tais promessas, no melhor dos cenários, só é cumprida em partes. Por que isso acontece? Um dos grandes males das eleições é o discurso vago demais.
Quando um candidato promete melhorar o transporte público ou investir no ensino público de qualidade, o que exatamente ele quer dizer? Nós entendemos que vamos chegar no horário sem passar aperto nos ônibus e trens e que nossos filhos aprenderão, de graça, tudo que precisam para serem adultos bem-sucedidos pessoal e profissionalmente. Mas, ao ser eleito, esse candidato pode votar a aprovação de uma nova estação de metrô e aprovar a compra de um novo título para a biblioteca escolar. Ele cumpriu a promessa?
Costumamos reclamar desse político, mas a verdade é que nos deixamos levar por um discurso cheio de clichês que criam na nossa cabeça o futuro que gostaríamos de alcançar. As promessas políticas são feitas em uma linguagem hipnótica, que gera um estado alterado de consciência ampliada: estamos acordados, mas somos levados a experimentar sensações e a criar imagens mentais.
Os acontecimentos chamados hipnóticos fazem parte da vida dos seres humanos continuamente. Todos os dias e a cada instante, estamos embutidos neste chamado estado alterado de consciência. No lugar dos pêndulos e dos shows de mágica em que a plateia é induzida a fazer o que não quer, a hipnose moderna – também chamada de ericksoniana, em função do trabalho desenvolvido pelo psiquiatra norte-americano Milton Erickson – é uma ferramenta linguística, uma forma ampliada de comunicação.
Essa hipnose pode ser usada em vários contextos. Um médico pode fazer com que o paciente se sinta mais seguro em relação a determinado tratamento. Um gestor pode mostrar à equipe os benefícios de se trabalhar em conjunto. E um vendedor – papel que o político assume durante as eleições – pode “transportar” um potencial cliente para uma realidade em que ele só vai usufruir se fizer a compra.
Cabe a cada eleitor analisar bem os discursos antes de escolher o candidato. O que essa pessoa quer dizer quando garante que fará isso ou aquilo?
Se a dúvida persistir, pergunte. É dever do político ser claro em seu discurso e não prometer o que não poderá cumprir. É nosso dever como cidadão não comprar gato por lebre.
Ao entender como funciona a linguagem hipnótica, temos a chance de ajudar a garantir que ela só será utilizada para beneficiar o próximo. Irei escrever mais vezes aqui sobre este assunto.
Um grande abraço, André Luso